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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Moeses Fiamoncini é primeiro brasileiro a chegar ao topo das cinco montanhas de 8 mil metros do Paquistão

Objetivo de Moeses Fiamoncini é se tornar a vigésima pessoa no planeta a conquistar as 14 montanhas mais altas sem auxílio de oxigênio suplementar.
 
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Moeses Fiamoncini no Paquistão.
Colaboração de texto: Ana Davini/AD
Foto: Arquivo Moeses Fiamoncini
 
O paranaense Moeses Fiamoncini tem o sonho de se tornar o primeiro brasileiro a chegar ao cume das 14 montanhas do mundo com mais de 8 mil metros de altitude. E mais: sem ajuda de oxigênio suplementar. Isso torna o desafio mais difícil, uma vez que, quanto mais alto é o pico, mais rarefeito é o ar e mais complicado é alcançá-lo sem ajuda do equipamento.
 
O desafio, batizado de Projeto Himalaias 8000, no entanto, já está andamento. Em agosto deste ano, o atleta conseguiu ser o primeiro brasileiro a conquistar as cinco montanhas de 8 mil metros de altitude localizadas no Paquistão.
 
A última expedição explorou o Gasherbrum I (8.068 metros), considerada a montanha de 8 mil metros de altitude mais remota do planeta. A empreitada começou em 26 de junho e a ideia era chegar ao cume em meados de julho, mas um acidente atrasou os planos do atleta.
 
“Quando estava fazendo a rotação de aclimatação, subi para o Campo 2, a cerca de 6 mil metros de altitude. Na volta, cai em uma greta e acabei enfiando um crampon no joelho”, lembra o alpinista. “Desci para o campo-base, andando com muita dor, e tive de decidir se desistia da expedição ou se tentava cuidar do ferimento por ali mesmo, para fazer uma segunda tentativa”, completa.


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A subida não foi nada fácil.
Fiamoncini optou pela recuperação de 14 dias no campo-base. Como não apresentou inflamações ou infecções, o atleta partiu rumo ao cume em 29 de julho. E, assim, em 2 de agosto, se tornou o primeiro brasileiro a conquistar a montanha mais remota do mundo.
 
“A subida não foi nada fácil. Mesmo a ferida tendo fechado, ainda doía muito porque o crampon afetou a parte muscular. Ainda assim, consegui atacar o cume sem uso de oxigênio suplementar, mas com muita dor no joelho”, comenta o paranaense.
 
É válido destacar que o circuito das cinco montanhas de 8 mil metros de altitude localizadas no Paquistão começou em 2019, com a conquista da Nanga Parbat (8.126 metros) e da K2 (8.611 metros). Depois, em 2022, foi a vez da Broad Peak (8.051 metros) e da Gasherbrum II (8.035 metros).
 
Paixão pela altitude
 
Fiamoncini descobriu a escalada e o montanhismo enquanto morava em Portugal. À época, poupava a maior parte do salário que ganhava como garçom, lavador de carro e pintor, para gastar em aprimoramento técnico e condicionamento físico. O objetivo sempre foi conquistar vários cumes ao redor do mundo.

 
A primeira montanha com mais de 8 mil metros de altitude que escalou foi o Manaslu, em 2018. A empreitada deu confiança para, no ano seguinte, conquistar o Everest, o Nanga Parbat e o K2. O alpinista escalou os três montes em um período de 62 dias – um recorde mundial. Também foi nesse momento que percebeu que tinha condições para realizar o esporte sem auxílio de oxigênio suplementar.
 
Desde janeiro de 2022, Fiamoncini largou os trabalhos paralelos e voltou para o Brasil, onde montou a empresa Vertex Treks. Com o alpinista como guia, a companhia organiza expedições de trekking e escalada em seis destinos espalhados pelo planeta. Todo o valor arrecadado com as viagens é revertido para a realização do Projeto Himalaias 8000.
 
Próximos passos
 
Estima-se que o custo total do Projeto Himalaias 8000 fique em torno de US 212.500 (cerca de R 1 milhão). Logo, a obtenção de patrocínio se torna uma condição essencial para realizar o circuito.
 
“Caso consiga novos patrocínios ainda este ano, a ideia é escalar, em setembro, uma ou duas montanhas de 8 mil metros de altitude. Caso contrário, o projeto ficará para maio do ano que vem”, diz Fiamoncini.

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